27 junho, 2007

XXX

Hoje em dia, ter trinta anos é quase como chegar à segunda maioridade. Enquanto que aos dezoito são-nos abertas bastantes portas para uma vida em sociedade mais participada, aos trinta anos já não há portas para abrir, mas sim algumas para fechar.
Eu explico: é como se fossemos nós, pessoas de 30 anos (sim, porque eu tenho 30 anos e não 26 como a menina que me convidou para este blog e que por acaso faz hoje anos) obrigadas a ter dado certos passos na vida: casar, ter filhos, ter um emprego estável.
Se não, vejamos... Hoje o técnico da Tv Cabo veio instalar a power box e acabou dizendo: Pronto, agora vocês só têm de usar o comando assim e assado... [Vocês??? Mas qual vocês? Eu!] Outra situação, estou a comprar uma peça de roupa para o meu sobrinho emprestado e oiço Que idade tem o seu filho? [Filho? Não tenho filhos!], ou ainda numa repartição pública: Que idade tem? Trinta? Devo tratá-la por senhora ou menina? [Olhe, tanto faz!] E mais uma ainda passada no local de trabalho: Já está na altura de ter filhos, não é professora? [Pois... é, é.]

Enfim, são muitas as situações em que começamos a sentir o peso dos trinta. Sinceramente, a maior parte das vezes rio-me para dentro e não respondo, mas não deixa de ser engraçado verificar que na nossa sociedade os trinta anos ainda estão associados ao casamento e filhos e quer queiramos quer não, quem está solteiro haverá sempre de ouvir estas e outras perguntas. E isto acontece apesar de caminharmos no sentido contrário, apesar de estar provado que há cada vez mais pessoas solteiras aos trinta anos. É que estar assim ainda tem as suas vantagens, felizmente.

5 comentários:

Sónia disse...

Ahahaha, deu que rir o teu post, porque estou mesmo a imaginar isso acontecer e ser dito. A verdade é que, embora sejamos cada vez solteiros até mais tarde, a sociedade ainda não se adptou a esse novo estilo de vida...!

Obrigada pelos parabéns! Bom, 26 não são 30, mas também já não sou tããããooo nova quanto isso... Embora hoje me tenham dito "Ah, ainda cheiras a leite..." ;)

RadaR disse...

É por piadas como essa que eu deixei de beber leite!

tikka masala disse...

É bem verdade. Triste, por um lado, que a sociedade nos impinja vivências que nem sempre queremos e muitas vezes não são as melhores para nós. Mas é bom, por outro lado, que isso aconteça, porque ao remarmos contra a maré sentimo-nos mais fortes, mais "nós" - menos peças de um puzzle que nos tornaria iguais aos outros todos. Também já escrevi um post sobre isto... e foi engraçado descobrir que uma ex-aluna minha sente o mesmo. Agora só já não o sinto porque cedi à pressão da sociedade, em quase tudo. Continuem com este blogue!

Anónimo disse...

Pois é, os 30 são tramados...

Anónimo disse...

Não sei quais são as vantagens, mas está bem. Não me lembro de uma unica coisa que fazia quando era solteiro e que não faça agora...ah! a não ser sofrer de amor e solidão!